Charles Darwin e a evolução da economia

No dia 12 de fevereiro de 1809 nasceu Charles Darwin, na cidade de Shrewsbury, Inglaterra. Considerado o maior naturalista de todos os tempos, Darwin desenvolveu a teoria da evolução, muito bem detalhada no livro “A origem das espécies”, lançado em 1859 após sua viagem ao redor do mundo no navio H.M.S. Beagle. Na ocasião, tal teoria contradizia a ciência e a religião que pregavam o surgimento de novas espécies através da intervenção divina ou algum fenômeno natural.

Não raro, lemos sobre pesquisadores que estudam os grandes movimentos econômicos, como o grande tsunami que atingiu a América do Norte em setembro de 2008. Desastres deste porte estão levando as economias mais fortes e estáveis do planeta, localizadas no hemisfério Norte, a amargarem índices de desemprego recordes. Os Estados Unidos representam sozinhos 22,5% do PIB Global e movimentam 19% do mercado mundial. A União Europeia (UE) significa outros 22,5% do PIB mundial.

Coincidentemente, quem mais vem sofrendo com esse momento delicado da economia são países consumistas e industrializados, havendo taxas altíssimas de desemprego.

Imaginem que dos U$ 2 trilhões importados anualmente pelos Estados Unidos, já saíram de circulação nesses últimos seis meses, 200 bilhões. Estima-se outros 200 bilhões de retirada da economia pela China.

Vale lembrar aquele jargão de que em meio à crise surgem as grandes oportunidades, completo aqui que a crise ou concorrência cria um ambiente propício para intelectuais das diversas áreas mostrarem seu potencial. Sendo assim, temos a somatória de duas características que certamente complementam-se originando novos projetos nas áreas diversas. Algumas empresas de ponta nasceram no fim da grande depressão de 1929, como a HP, nos Estados Unidos, a Romi, a Walita e a Villares no Brasil.

Após seis meses de crise é consenso que os países essencialmente agrícolas e conservadores sofrerão menos que os países consumistas e industrializados. Temos, como exemplo, pesquisa realizada na Holanda, país que tem tido as menores taxas de desemprego da Europa e ainda é considerado um pais agrícola. As vendas dos supermercados batem recordes atrás de recordes, resultado de uma população que diminuiu o consumo em restaurantes para se divertir na cozinha, curtindo mais a família e seus lares.

“Num ambiente extremo, a seleção natural atua de maneira implacável” era mais uma das máximas de Darwin. Tenho a certeza que se conhecesse o Brasil dos dias de hoje e suas riquezas naturais, afirmaria certamente que ao final desse crepúsculo nosso país seria a grande potência mundial, pois possui uma população maior que a americana, terras mais aproveitáveis, recursos naturais na medida certa, parque industrial que cresce a cada dia com criatividade e, sobretudo, é auto suficiente em produção de alimento e combustível.

Charles Darwin diria: “se os governantes brasileiros souberem administrar esse País, o Brasil será a grande potencia global, pois tem as características certas para sobreviver às novas condições econômicas e ainda apoiar outras nações do hemisfério Sul a se desenvolver, bem como as velhas repúblicas do Norte que necessitam dele para se alimentar”.

Um dia desses eu estava conversando com um amigo que disse que anda preocupadíssimo com a crise e que ia reformar a casa usando R$ 10.000,00 que tem, mas não usará agora, pois acha que quem tiver dinheiro em caixa daqui a seis meses fará melhores negócios. Perguntei então sorrateiramente – Você vai comprar algo para vender? Ele ficou meio calado sem resposta. Tasquei-lhe outra – Não seria a hora de passarmos de fornecedores de commodities para fornecedores de produtos industrializados?

Disse-lhe que a meu exemplo o povo brasileiro não é consumista como o americano, não usa hipoteca de casa para comprar carro ou viajar. O povo brasileiro não é acostumado a mudar de casa três vezes na vida, mas prefere ter sua casinha financiada a muito custo pelos bancos depois de levantarem a vida inteira dele.

Estou com Darwin: podemos sair dessa como a maior potencia mundial, isso se nossos governantes evoluírem no mesmo ritmo que nossa produção agropecuária evoluiu nos últimos 20 anos e prospectarem com um esforço olímpico mercados emergentes do hemisfério Sul para vender seus produtos.

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