Zadra responde: Qual é o papel do Caracu na produção de carne de qualidade nos trópicos?

Pergunta:

Qual é o papel do Caracu na produção de carne de qualidade nos trópicos?

Resposta:

Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 70 milhões de matrizes, sendo inseminadas em torno de 10% delas. Quando nos referimos a genética dessas matrizes, a maioria acachapante traz em seu genótipo a raça Nelore, formando a base do rebanho da região Centro Norte do Pais, a qual é conhecida pelo clima quente e úmido no verão e um inverno seco (região tropical úmida).

É nessa região que vem sendo usada a IATF em larga escala, sendo as vacas zebuínas (90% é Nelore) inseminadas com Angus, na sua maioria por haver entre essas duas alta complementariedade entre seus biótipos e sambem no que se refere a fisiologia de crescimento.

Desde 2008 o Angus deu as mãos para o Nelore, produzindo fêmeas F1 sexualmente muito precoces, com ótima habilidade materna e com a rusticidade (e metabolismo) ideal para o clima tropical úmido brasileiro.

Passada essa primeira etapa de produção de animais F1 britânicos com o Angus, o meio pecuário tem perguntado qual raça usar sobre essa novilha F1.

Pensando em heterose, complementariedade e adaptabilidade temos uma raça que se encaixa como uma luva para ser usada na F1 Angus: Caracu, seja através da Inseminação Artificial, ou através da cobertura natural. Essa progênie tricross Caracu – Angus – Nelore é 75% tropical, sendo totalmente adaptada ao trópico úmido, tem um tamanho ideal para ser engordada a pasto ou mesmo em sistemas intensivos, apresentando carcaça pesada no frigorifico.

Bezerro filho de Caracu e vaca F1 Angus com 4,5 meses. Pelo muito curto e alto potencial de produção

Outro aspecto que torna o Caracu uma raça de suma importância para a pecuária extensiva no Brasil tropical é seu papel como reprodutor taurino, cobrindo as matrizes Zebuínas, seja para quem ainda não lança mão da inseminação artificial ou mesmo para quem não faz inseminação e precisa aumentar a velocidade de ganho em peso fazendo esse cruzamento entre raças de corte.

O Caracu apresenta pelo liso, curto e brilhante, além de ser muito resistente a ectoparasitos, transmitindo a sua progênie

Além do ganho em peso transmitido pelo Caracu, devemos olhar a fêmea F1 Caracu- Nelore como uma excepcional mãe, a qual pode também servir de base para a inseminação com Angus, produzindo carne com alta maciez como reconheceram os pesquisadores que estudaram essa característica em inúmeros abates técnicos.

Vacas F1 Caracu – Nelore

Bezerro tricross Caracu – Nelore – Angus. Pelo zero e ótimo potencial de crescimento

Garrote filho de Caracu e vaca Nelore

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